No Brasil, Anvisa quer proibir a venda desse tipo de produto.
Cigarros mentolados aumentam a dependência de tabaco e provocam maior risco à saúde que os tradicionais, segundo um grupo de pneumologistas espanhóis especialistas em tabagismo, que pediram a proibição do mentol como aditivo nesses produtos.
O mentol favorece o hábito de fumar, cria maior dependência e dificulta o abandono do tabaco, explicou em nota oficial um dos três autores do estudo, o médico Segismundo Solano, do Serviço de Pneumologia do Hospital Gregorio Marañón de Madri.
Segundo Solano, o mentol proporciona a sensação de uma inalação mais fresca e profunda e atua como um analgésico local, suavizando, nas vias respiratórias, o efeito de fumar e estimulando o tabagismo, já que "facilita" o ato de fumar às pessoas.
Em artigo da Revista Prevenção do Tabagismo da Sociedade Espanhola de Pneumologia e Cirurgia Torácica (Separ), o grupo de pneumologistas afirma também que a dependência de tabaco é maior entre os fumantes de cigarros de menta que entre os tradicionais, já que os primeiros precisam fumar o primeiro cigarro da manhã muito mais cedo.
Os autores do artigo descartaram que os cigarros de menta sejam mais saudáveis e alertaram também sobre o maior número de partículas extrafinas na fumaça desse tipo de cigarro, o que provoca maior risco de infarto do miocárdio.
No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) realizou uma consulta pública sobre proibir a adição de substâncias que dão sabor, como o mentolado, a cigarros e outros produtos derivados do tabaco.
O órgão alega que os aditivos tornam o cigarro mais atrativo para adolescentes e jovens, pois mascaram o sabor amargo e forte, naturais do tabaco. Os Estados Unidos e o Canadá já proíbem a venda de cigarros aromatizados.
Os aromatizantes e flavorizantes (que adicionam aroma) e os ameliorantes (que melhoram o odor da fumaça) são alguns dos aditivos que a Anvisa quer proibir. A proposta prevê a aplicação da medida a qualquer produto que tenha na composição tabaco para ser fumado, inalado ou mascado.
De acordo com a proposta, as empresas terão um ano para se adequar. Se descumprirem, os produtos serão retirados do mercado.
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