Foi por meio de um amigo que Vilmara de Paula Cordeiro teve o primeiro contato com a Igreja Adventista. O amigo em questão é seu Pedro Antônio da Silva, proprietário da casa onde ela mora há seis anos. “Eu me simpatizei com a família dela que é muito querida e prestativa e aí, então, comecei a lutar para que eles conhecessem o Deus que eu conheço”, conta o aposentado. Entre convites e jornadas de oração feitos pelo amigo, Vilmara começou a assistir aos cultos numa Igreja Adventista, aceitou estudos bíblicos e foi batizada no dia 25 de novembro de 2011. “Não tenho dúvidas de que vim para a igreja por meio do meu amigo Pedro. Agradeço a Deus por ele não ter desistido de mim”, conta a zeladora de uma escola municipal do bairro Uberaba, na capital paranaense.
A influência da amizade no processo de evangelização foi um dos principais aspectos verificados num levantamento feito União Sul-Brasileira, que administra a Igreja Adventista no Sul do País. A pesquisa mostra que a maioria dos entrevistados (58%) disse ter tido o primeiro contato com a igreja por meio de parentes e amigos.
A primeira etapa da pesquisa, realizada durante um evento que reuniu adventistas do norte do Paraná no IAP (Instituto Adventista Paranaense), foi aplicada a um grupo de 410 pessoas, batizadas nos últimos dois anos.
Segundo o coordenador do levantamento, pastor Evandro Fávero, embora as estatísticas sejam preliminares, os primeiros resultados já apontam para a amizade como um dos fatores mais importantes para a pessoa aceitar o evangelho.
“Vamos continuar essa pesquisa ao longo de 2013 em outras regiões para ter dados mais acurados. No entanto, os dados preliminaries já mostram uma importante tendência e a concretização do ensino do Espírito de Profecia”, acredita o autor do estudo.
Uma das frases citadas por Fávero em referência aos escritos de Ellen White é a que está na página 49 da obra “A Ciência do Bom Viver”: “Unicamente os métodos de Cristo trarão verdadeiro êxito no aproximar-se do povo. O Salvador misturava-Se com os homens como uma pessoa que lhes desejava o bem. Manifestava simpatia por eles, ministrava-lhes às necessidades e ganhava-lhes a confiança. Ordenava então: ‘Segue-Me’”.
Os dados reforçam a importância de programas como o “Amigos da Esperança”, cujo objetivo é evangelizar por meio da amizade. “Por isso a igreja está passando a investir cada vez mais no evangelismo pela amizade, por meio de programas como a oração intercessora e o projeto ‘Amigos da Esperança’. Queremos fortalecer a ideia de que todos podem trazer uma pessoa para Cristo simplesmente por meio da amizade”, reforça Fávero.
A pesquisa consultou também um segundo grupo de pessoas no Rio Grande do Sul. Cem líderes de Igrejas Adventistas da região de Passo Fundo responderam ao mesmo questionário. A intenção foi comparar as respostas de pessoas que estão a mais tempo na igreja com aquelas de indivíduos que abraçaram a fé mais recentemente.
Houve variações no retorno dos dois grupos, mas em ambos os casos o fator amizade apareceu em primeiro lugar. Conforme respondeu a maior parte dos líderes entrevistados (70%), o primeiro contato com a igreja também ocorreu por meio de amigos ou parentes.
“Provavelmente, a pesquisa mostre que aqueles que são ganhos através de amigos permanecem mais na igreja e se tornam líderes. Essa é uma hipótese que consideramos, pois quando a pesquisa foi aplicada aos líderes o fator amizade atingiu percentuais maiores”, observa Fávero.
A intenção agora é, além de aplicar o questionário em outras regiões do Sul do Brasil, levantar também informações com grupos de membros adventistas de berço. “Acreditamos que, nesses casos, a família também foi uma das principais influências para que permanecessem na igreja”, argumenta Evandro Fávero. [Márcio Tonetti/Equipe ASN]
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